Avaliação em Contextos de Elearning - Tema 2

Avaliação Pedagógica Digital em Contextos de Elearning


Atividade 2

No âmbito da Atividade 2, da Unidade Curricular Avaliação em Contexto de Elearning, foi-nos proposto a elaboração de um estudo de textos relacionados com a Avaliação. Assim, dos textos disponibilizados pela professora, o grupo optou pelos seguintes:
  • “Designing online learning assessment through alternative approaches: facing the concerns”;
  • A Cultura da Avaliação: que dimensões?".
No que concerne ao artigo resultado de pesquisas efetuadas pelos elementos do grupo, a opção escolhida recaiu no artigo:
  • “Avaliação digital nas universidades públicas portuguesas: perspetivas de professores e de estudantes.”

Avaliação é um dos temas mais discutidos em educação. As nossas ações, gestos, pensamentos e palavras são mediados por processos internos de avaliação. É natural que as atividades da vida humana passem por processos avaliativos, afinal a avaliação fornece-nos dados para refletir sobre as nossas aprendizagens  e onde podemos melhorar as nossas ações.   
Iniciar um processo de reflexão e análise das práticas avaliativas existentes nos contextos online é uma tarefa complexa, pois abordam todos os agentes envolvidos no processo. Estudos têm nos mostrado que é necessário uma mudança de paradigma, buscando estratégias de caráter formativo e contínuo de avaliação, que contemplem a realidade.
No artigo “Designing online learning assessment through alternative approaches: facing the concerns”, é discutido a necessidade de uma avaliação vinculada aos contextos de aplicação e cenários mais próximos à realidade dos estudantes, devido ao caráter multidimensional da avaliação. De uma forma generalizada, existe alguma disparidade entre estratégias de avaliação e instrumentos aplicados nas diversas metodologias de ensino, no artigo encontramos menções e estratégias a utilizar na avaliação online. Com a introdução e desenvolvimento da Internet e das TIC, foram criados modelos de adaptação de ensino através de plataformas adequadas à sua implementação, os denominados Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Os autores referem no artigo a necessidade de alterações na avaliação, nomeadamente no ensino à distância, focando a avaliação formativa como elemento principal. Assim, o aluno como elemento central do seu ensino, adota também outros métodos avaliativos principais, como a avaliação contínua e efetuada através de diversas ferramentas e técnicas, adquirindo competências profissionais, promovendo assim a sua aprendizagem de forma colaborativa (Mateo & Sangrà, 2007).
Focam, também problemas relacionados com a avaliação à distância, referenciando a necessidade de aumentar a qualidade de aprendizagem neste meio, através de uma avaliação de competências que possibilita um feedback permanente por parte do docente, permitindo ao aluno efetuar melhorias no seu desempenho.
Outro ponto importante mencionado pelos autores são as duas abordagens alternativas de avaliação, a OTA (Office of Technology Assessment) e o Portfólio. A primeira evidencia um conjunto de metodologias onde  o aluno tem que demonstrar um conjunto de resultados, pronunciando assim, a aquisição de conhecimentos obtidos. O Moodle, segundo os autores, surgiu como uma das plataformas mais completas, possibilitando um acompanhamento da aprendizagem que será adquirido, permitindo ao aluno gerir as tarefas realizadas, incluindo a posterior criação de um Portfólio (e, consequentemente, o e-Portfólio que faculta, além dos elementos tradicionais, a inserção de media, como vídeos e sons) como forma de exposição dos trabalhos e considerado, por Mateo  & Sangrà (2007), como  a abordagem  mais adequada ao ensino online.
No artigo “A cultura de Avaliação: que dimensões?”, os autores discutem os PACs (Programas de Avaliação de Competências), uma vez que a utilização de um único instrumento, ou meio de avaliação, tem sido reconhecido como insuficiente para a qualidade das práticas avaliativas. Segundo Perrenoud (1997), ”as competências representam uma teia de conhecimentos, capacidades e atitudes que são necessários para resolver um dado problema”. O tema que é retratado neste artigo, remete-nos, de imediato, para um assunto da atualidade e que é sempre alvo de imensas investigações sobre a temática. Abrange todas as novas mecânicas e dimensões além de inúmeros parâmetros dessa cultura de avaliação. Como mencionam no texto, com o processo de Bolonha (Comissão Europeia, 2008) é referido o lançamento do desafio que se fez ao Ensino Superior para que se promovesse Ambientes Virtuais de Aprendizagem. E que mudanças são essas de que os autores falam?

  1. Aparecimento dos PACs, ou Programas de Avaliação de Competências.
  2. Surgimento de um novo conceito de avaliação, a Edumetria, baseado numa cultura de concepção formativa, onde se pretende medir o desenvolvimento do próprio aluno.
  3. A seleção de metodologias a utilizar sofre alterações quanto à percepção que se tem relativamente aos objetivos pretendidos no Ensino Superior.

Os autores deste artigo referem que “As novas estratégias de avaliação introduzem a necessidade de ter em conta as competências exigidas na prática da vida real e de assegurar que os modos de avaliação sejam o reflexo dos que usam cenários e os critérios de avaliação se mostrem adequados”. No que concerne às quatro dimensões da cultura de avaliação, temos que a autenticidade é, para os autores do texto, um conceito que se une em grau semelhante no que respeita às competências que se avaliam num PAC. De acordo com os critérios de similitude, complexidade, adequação e significância. Referem os autores que  a consistência emana como “forma de resposta para com as exigências de validade e fiabilidade que tradicionalmente se associam a indicadores psicométricos…”, composta por quatro elementos que enumeram de seguida:

  1. Alinhamento instrução-avaliação, onde nos falam na necessidade em prevenir situações de avaliação que representem casos de aprendizagem (Palm, 2008) e assim ser possível garantir harmonia entre o trabalho que se desenvolve e as tarefas usadas para avaliar.
  2. Multiplicidade de indicadores, parâmetro que se relaciona com a autoavaliação, avaliação por pares, avaliação por docentes, assim como, vários métodos, tarefas, formatos e ferramentas em ocasiões distintas do processo avaliativo. Tem uma grande abrangência nas formas de participação.
  3. Adequação de critérios, onde relacionam-se os critérios de utilização na avaliação e as competências para avaliar.
  4. Alinhamento competências-avaliação, que assegura que esteja presente a coerência entre competências que se vão desenvolver e a metodologia que se utilizará para avaliar.

Na transparência e nos seus quatro fatores; democratização, envolvimento, visibilidade e impacto, o programa deve ser visível e perceptível a todos os intervenientes. Finalmente focamos a praticabilidade o que equivale a dizer que deve existir uma organização eficiente que considere focos tão relevantes como a gestão de tempo, custos implícitos e sustentação.
As novas conceituações de avaliação quanto a ferramentas, funções e formas de se avaliar, mostram-se essenciais para que se possa ter uma garantia relativa à qualidade que transparece de uma nova cultura de aprender.
Em “Avaliação Digital nas Universidades Públicas Portuguesas: perspetivas de professores e de estudantes”, a discussão tem como base a Edumetria, com o foco na aprendizagem do aluno e no desenvolvimento de competências (EC,2008), valorizando contextos reais/profissionais, auto-reflexão, auto-regulação, transparência, autenticidade, consistência e praticabilidade, com vistas a promover a qualidade do processo avaliativo.
Através do estudo realizado pelas autoras torna-se necessário uma mudança de olhar e prática sobre a qualidade da avaliação no ensino superior em contextos Elearning, propondo diferentes estratégias de avaliação na busca por uma visão global das competências, vinculadas a uma pedagogia socio-construtivista e conetivista.
Na avaliação por competências, algumas dimensões são consideradas como  fundamentais. Dentre elas, destaca-se a autenticidade, que está diretamente relacionada à avaliação da própria realidade do estudante,  grande desafio este devido a uma rede complexa de competências existentes no contexto. Consistência é outro aspeto que requer uma gama de instrumentos de avaliação em diferentes momentos para que tenhamos um indicador de confiabilidade, assim como nos diz Dierik e Dochy (2001), a adequação das estratégias usadas.
A avaliação precisa ser visível e de fácil compreensão para todos os envolvidos, com critérios e estratégias esclarecidos, reconhecendo o aspecto da transparência tão importante num processo avaliativo. E por fim, a prática relacionada com a própria execução da avaliação, procurando garantir a sua importância e utilidade para o processo de aprendizagem.

O grupo 4: António Costa, ­ Eliane Ciolfi, ­ Herculano Rebordão e Lúcia Couto.


Referências Bibliográficas:

Amante, L., Gomes, M. & Oliveira, I. (2014). Avaliação digital nas universidades públicas portuguesas: perspetivas de professores e de estudantes.  Recuperado de http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/34620/1/EUTIC2014_lucia_amante.docx-libre.pdf.

Mateo, J., Sangrà, A. (2007)- "Designing online learning assessment through alternative approaches: facing the concerns”, in European Journal of Open, Distance and Elearning. Recuperado de http://www.eurodl.org/materials/contrib/2007/Mateo_Sangra.htm.





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